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Uma boa prática municipal: o Canil Municipal de Alcochete não abate os seus animais

A cooperação estabelecida entre a sociedade e a autarquia é um bom exemplo para manter a saúde pública e para dignificação da vida dos animais.
No Canil Municipal de Alcochete, aqui bem pertinho de Lisboa, encontramos um modelo, recente, de cooperação entre a sociedade civil e a autarquia, que nos parece um bom exemplo a divulgar e disseminar, sobretudo quando este modelo permite que não sejam abatidos animais.

A Câmara Municipal tem contado com a boa vontade e imensa generosidade de três das suas munícipes, com quem em Janeiro de 2004 estabeleceu uma parceria fundamentada na união de esforços, a Câmara disponibiliza o espaço físico, alguma alimentação, apoio veterinário (quando solicitado) e suporta os custos de funcionamento enquanto que a outra parte disponibiliza todo o seu tempo livre, por um lado, para tratar e amar os animais que são recolhidos, por outro, para divulgar ao máximo os animais para adopção, para angariação de fundos e sócios para a nova associação em formação “Os Canitos”.

Este trabalho conjunto tem-se revelado eficaz, sobretudo para os animais acolhidos a quem é garantido um abrigo, acompanhamento veterinário, comida e, não menos importante, a dedicação e amor da sua tratadora.

Os 30 cães estão muito bem tratados, sadáveis e demonstram que são tratados com muito carinho.

Prova evidente da política positiva que a autarquia tem relativamente aos animais desprotegidos da sua localidade, é que entre Maio e Novembro, estando as instalações do Canil ainda por utilizar, acolheu favoravelmente o pedido destas três voluntárias, sempre com a Ana Estêvão, como sua representante, de utilização provisória das instalações, para acolher um grupo de cães que subitamente perderam a sua família humana.


Neste Canil as instalações são acolhedoras, apesar de exíguas, e a limpeza é evidente.

No dia em que o visitámos, acolhia perto de 30 cães, apesar de 14 serem pequenos cachorrinhos, para quem esperamos o futuro possa ser risonho, longe das boxes e junto a famílias responsáveis.

É um número excessivo para as 11 boxes disponíveis, ainda por cima com as dimensões reduzidas que têm, porque de facto estas boxes se tornam pequenas para cães de grande porte.

Mas os cães estão bem tratados, saudáveis e bem alimentados, e foi evidente, quando soltos, a relação de grande carinho/amor que têm com a Ana Estêvão, que para eles surge como a figura da “dona”.

Este ambiente harmonioso é confirmado pela grande recuperação do cão mais velho : o Cota. Não há muito tempo uma empresa chamou o canil para recolher o seu cão porque estava velho e queriam que o abatessem. Questionada a Veterinária, sobre o seu estado de saúde, a mesma afirmou que o cão não estava doente e como tal não estava em sofrimento, apesar de já não ser novo e não estar muito bem tratado. Hoje o “cota” passeia-se pelas instalações, com o ar indolente de um cão com idade respeitável e está em muito melhor forma física. Talvez não venha a ser adoptado, mas não vai morrer antes da sua hora.

Todos os dias, a Ana vai ao canil antes de ir para o trabalho, soltar os cães, alimentá-los e limpar os canis.



Os cães são meigos, dão-se todos bem e claro, aproveitam qualquer visita para fazerem uma grande festa e pedir muitas brincadeiras.

Novamente, ao fim da tarde, durante 4 horas liberta os cães, para que possam correr e brincar, garantindo-lhe, à custa do seu tempo livre, o direito a por algumas horas no dia, serem também eles cães livres e amados. Depois de estar tudo limpo, depois de todas as boxes estarem prontas e depois de muitas brincadeiras é com satisfação que a Ana observa, todos os dias, que os animais se recolhem por iniciativa própria não sendo necessário força-los a entrarem de novo no cativeiro.

Talvez por isso todos eles nos receberam efusivamente, saltando e brincando, convidando-nos a alinhar nas brincadeiras e pedindo festas e atenção.

É com um ar feliz, esta mulher que se levanta de madrugada e que deixa o canil quase às 22 horas, que durante 7 dias por semana trata os cães, que ninguém quis, voluntariamente, nos diz que, mesmo assim, não dá muito trabalho a limpar, porque muitos cães não fazem as suas necessidades dentro da box, apenas quando são soltos. Eram animais de casa, e continuam com os hábitos de higiene que lhes foram ensinados.


Muitos destes animais antes de serem abandonados, estavam habituados a estar em casa e por isso, mantêm os mesmos hábitos de higiene.

Naturalmente que há muito mais para fazer, pois o grande objectivo é proporcionar a este animais as melhores condições de vida enquanto estão na canil mas com o fim de puderam voltar a ter uma família: é preciso dar a conhecer a sua existência a um grande número de pessoas para que sejam adoptados.


Felizmente que nesta luta a Ana não se encontra sózinha. Com ela encontram-se 2 voluntárias que regular e assiduamente, contribuem com a sua preciosa ajuda, e ainda que mais esporádico, de mais 3 ou 4 voluntárias. Esta ajuda manifesta-se em todos os campos, nomeadamente, na limpeza do canil, no passeio á trela dos animais, na confecção de comida (arroz com carne) para os mimar uma ou duas vezes por semana, na divulgação dos animais a adoptar e entrega dos adoptados, no transporte das cadelas para esterilização, e em alguns casos, acolhimento durante a convalescença, na angariação de comida e bens necessários aos nossos amigos, na angariação de fundos, através de venda de rifas e outras iniciativas, para pagamento das esterilizações e outras necessidades, etc. Digo voluntárias e não munícipes, pois algumas delas, não sendo de Alcochete, têm com esta gente um elo muito forte que é o amor aos animais.


É fundamental que mais pessoas colaborem, para ajudarem a minimizar o tempo que o cão espera por uma nova casa.

São poucos, é verdade, mas são alguns. Precisam-se de muitos mais, mas temos a convicção que esse número acabará por engrossar, à medida que esta iniciativa se tornar conhecida. Afinal, são felizmente muitas as pessoas que se preocupam com os animais abandonados e que procuram ajudar quem os trata e acarinha.



Consciente que os cães precisam de mais e melhores instalações, a Câmara já manifestou disponibilidade para aumentar o canil, permitindo que animais de maior porte possam ter mais espaço.

É também de registar positivamente a preocupação, por parte da Vet. Drª Maria João, em colocar chips nos animais que estão para adopção, meio cada vez mais importante para permitir que cães perdidos possam facilmente ser recuperados pelos seus donos e também para dissuadir o abandono. Da mesma forma, foram já adquiridos testes médicos, para garantir que estes se encontram livres de algumas doenças.


Para quem gosta de animais, esta é uma oportunidade de passar à prática, ao dedicar algum do seu tempo aos cachorros que precisam de um novo lar.

A Câmara também se disponibilizou para divulgar no Jornal Municipal e no seu site os anúncios dos animais para desta forma potenciar a sua adopção.

Desde 10 de janeiro, data em que foi doado o 1º animal – Simão - , 12 cachorros e 8 cães adultos já conseguiram um lar, quase todos adoptados por pessoas que não moram em Alcochete.

Afinal, se aqui está o amigo que lhe pode interessar, a distância não é propriamente um impeditivo: esta vila localiza-se a 20 minutos de Lisboa e tem excelentes acessos. E sendo bonita e acolhedora, pode juntar o útil ao agradável e aproveitar para um passeio.

Se no Canil estiver o cão com quem quer partilhar a vida, adopte-o.

Talvez os olhos da Ana Estêvão percam por uns momentos o brilho que têm quando nos fala de cada um deles, como se todos lhe pertencessem, perante a tristeza de ver partir o seu amigo, mas rapidamente vão ficar ainda mais brilhantes, tão brilhantes como quando nos falou de tantos que estão hoje felizes junto dos seus novos donos.


Em menos de 3 meses, 20 cães foram adoptados.

É bom, saber que nesta vila a autarquia acolheu a hipótese que lhe foi dada de não optar pela via fácil do abate, e que existem pessoas como a Ana Estêvão, e outros, que não falam em fazer, fazem, não falam em partilhar, partilham, não falam em dar, dão: e dão com uma generosidade de tal forma evidente, que nos sentimos gratificadas por poder usufruir de algum do seu tempo, sabendo o quão valioso ele é.



A vila de Alcochete sempre foi bonita, mas hoje ainda justifica mais uma visita. Aproveite e veja se no canil está o cão com quem quer partilhar a vida.

Ainda melhor, seria que algumas das autarquias pudessem adoptar modelos de funcionamento para os seus canis que também assentassem numa política vida e de incentivo à adopção não abatendo os animais. Cada vez que se abate um cão saudável, é o nosso modelo de sociedade que é posto em causa: afinal, progresso e desenvolvimento devem servir também para que os animais tenham assegurado os direitos a uma vida digna e protegida.

Em Alcochete, de forma natural e eficaz, o amor aos animais e a preservação da saúde pública conciliam-se sem necessidade de sangue. Definitivamente, um exemplo a divulgar e a seguir.





Esta é uma boa prática que deveria ser multiplicada por muitas outras autarquias, em nome do desenvolvimento de uma sociedade equilibrada.






Para mais informações e adopções: Ana Estêvão - 96 293 0708 (depois das 18h e aos fins-de-semana)


(Texto escrito na sequência da visita ao Canil Municipal de Alcochete em 27 de Março de 2004 - Adélia Costa e Ana Fernandes)



- anapaf (Ana Paula Fernandes) [ Europe/Lisbon ] 2004/04/18 23:28

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