História, verídica, de um pardalito que nunca esqueço (sem foto, porque nesse tempo ainda não fotografava):
Criei-o, desde bebé (todo peladinho), até ficar adulto, deixando-o então sempre em liberdade (com água e comida à disposição no quintal).
Quando eu saía à rua, logo via um pardal vir ter comigo... era ele, que se empoleirava no ombro ou num dedo a servir de poleiro!
Dia após dia se repetiam estas visitas, que me deixavam alegre e aliviado por saber que ele ia conseguindo sobreviver sozinho.
Eu, para ele, era talvez como um pai...
Mas a sua dedicação para comigo é que fez com que ele acabasse por não sobreviver.
Estava pousado na minha mão e dei uma suave sacudidela para voar... só que não tardou a voltar, por trás de mim, empoleirando-se ao meu lado, no pequeno muro onde eu estava sentado...
Foi aí que a confiança que ele tinha em mim causou a sua morte, quando, sem o ver, me desviei para o lado e... me sentei em cima dele!
Ainda tentei recuperá-lo, mas não consegui fazer nada senão vê-lo morrer.
Lembro-me sempre dele e com muita tristeza, pois para mim não era um simples pardal, mas um ser que tinha grande carinho por mim... e por isso morreu...
Ora bem... confesso (sem vergonha) que quando me lembro (como agora ao terminar a narração) não consigo evitar uma humidadezita nos olhos...
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